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De 23 de nov. a 23 de dez. de 2022

Online

O MENOR NÃO PREEXISTE

MOSTRA DE AUDIOVISUAL

ARTISTAS

Charles Lessa [CE] 

Cibele Nogueira [SE]

Digestivo [PA]

Elton Panamby [MA] 

Felipe Lacerda [ES] 

Gabriel Bicho [RO]

Gabriela Daldegan [DF]

Henrique Arruda [PE]   

Hilda de Paulo [GO]

Jonathas de Andrade [AL]

Keila Sankofa [AM]

Luiz Outro [PI]

Naine Terena [MT]

Padmateo [BA]

Potira Maia [PB]

Rafael Pinto [RR]

Rodrigo Sena [RN]

Waleff Dias [AP]

​

CURADORIA

Lindomberto Ferreira Alves

Maria dos Remédios de Brito

Sobre a Mostra

Para Gilles Deleuze e Félix Guattari (2014), o “menor” não faria menção à quantidade, inferioridade ou desvalorização, mas, sim, à uma espécie de agenciamento ético-estético-político que potencialmente mobilizaria a língua como canal de desagregação dela própria. Isso porque, baseando-se na leitura que juntos fazem da obra kafkiana, o “menor” qualificaria práticas que, reconhecendo os processos de dominação simbólica e material a que estão sujeitas, assumem sua posição de “marginalidade” em relação aos papéis representativos e ideológicos que a circunscrevem, a fim de instaurar desvios em relação ao padrão, ao institucionalizado e àquilo que se estabeleceu como sendo “natural”.

 

Ainda a esse respeito – e operando com a reflexão do “menor” junto ao teatro de Carmelo Bene – Gilles Deleuze (2010, p. 38-39) diz: “é sempre à força de constantes e homogeneidade que uma língua é maior. [...] Em suma, por mais diferentes que sejam, as línguas maiores são línguas de poder. [...] Mas, de todo modo, não há língua imperial que não seja escavada, arrastada por linhas de variação inerente e contínua, quer dizer, por esses usos menores. A partir daí, maior e menor qualificam menos línguas diferentes do que usos diferentes da mesma língua”.

 

Transportando essas reflexões para o debate junto a arte contemporânea, Moacir dos Anjos (2017, p. 155-157) nos dirá que o “menor”, no campo da criação em Artes Visuais, seria um “espaço de confronto com um poder que, embora queira se fazer natural, é fruto de processos violentos de sujeição passados e presentes. [...] A arte menor adiciona, dessa maneira, inflexões e sotaques específicos para a língua internacional da arte, aquela que, forjada e difundida desde as instituições de arte e instâncias de mercado detentoras de maior e mais extenso poder simbólico e material, reproduz seus valores particulares e contingentes como se fossem consensuais e permanentes. A arte menor é, portanto, lugar de disputa constante em torno da historicidade do mundo; de locução crítica frente a manifestações atualizadas de violências cometidas também em outros tempos”.

 

E ele vai além, ao sugerir que o campo da prática curatorial pode “atuar criticamente nesse mesmo espaço de manifestação de diferenças, fazendo-se de uma curadoria menor estratégia de resistência possível em um mundo globalizado” (ANJOS, 2017, p. 166). Desse modo, para Moacir dos Anjos, uma curadoria menor nutriria a dúvida em relação ao poder emancipador da arte e das exposições, “um questionamento que, contraditoriamente, pode se tornar um meio eficaz de atuar em um campo de embate sem bordas e inconcluso; de atuar pela afirmação de pontos de vista ou de sotaques diferentes em um mundo globalizado e desigual como o que aí existe” (Idem).

 

Tomando como ponto de partida essas ponderações em torno da noção de “menor”, a Mostra Online de Audiovisual "O menor não preexiste" – uma das ações do "IV Colóquio Variações Deleuzianas: por um devir menor do pensamento" – aposta na premissa de que o menor não seria algo tão somente dado pelos enredamentos de poder coloniais-capitalistas que matizam a realidade tal qual a conhecemos. O menor não preexistiria ao próprio ato; mas seria, sim, inaugurado por ele na luta contra esses enredamentos, no desejo do menor dos mundos, a partir do qual devém outras corporeidades, outros equivalentes sensíveis de realidades e outras políticas de vidas. Aposta-se, portanto, na força ética, ativa e criadora da minoridade como via de efetuação na qual se expressam “os meios de uma outra consciência e de uma outra sensibilidade” (DELEUZE & GUATTARI, 2014, p. 37).

 

A Mostra é assim constituída e, prioritariamente, por trabalhos de artistas de estados brasileiros que diante dos esquemas geopolíticos de poder do sistema das artes permanecem à margem do regime de circulação concentrado no eixo sul-sudeste. Ou, quando inseridos, jamais se eximem de contestar e denunciar, por meio de suas práticas menores, a agenda neoliberal de commodificação de presenças fora desse eixo – explicitando indícios do entrelaçamento de configurações de captura dessas presenças e pontos de aplicação de estratégias de manutenção das relações de poder inoculadas por esse eixo de circulação hegemônico (MOMBAÇA, 2020).

 

Parafraseando Félix Guattari, para a Mostra, a questão se torna, então, bastante simples: ou uma curadoria menor entra efetivamente em conexão e em composição com problemáticas atreladas ao chamado giro minoritário da arte contemporânea (VASCONCELLOS, 2021) e produz efeitos singulares, ou ela fica isolada, dando voltas em torno de si mesma, fazendo dela repetição do mesmo. Assim, entre os dias 23 de novembro e 23 de dezembro, você poderá imergir em um recorte imagético vibrante que, de diferentes formas, e não de agora, reclamam “a condição de parte para aquilo que é considerado sobra; que reclamam a condição de alguém para quem é ninguém” (ANJOS, 2021, p. 67). Quem sabe, junto a esse recorte, mais e mais pessoas consigam tensionar a minoridade como operador da criação e da liberdade do pensamento, que maquina a favor da vida e da abertura para alteridades.

 

Sejam todes bem-vindes!

 

 

Referências

ANJOS, Moacir dos. Cães sem plumas. In: RESENDE, Renato (org.). Arte contemporânea brasileira (2000-2020): agentes, redes, ativações, rupturas, p. 59-68. São Paulo: Circuito/Hedra, 2021.

_________________. Contraditório: arte, globalização e pertencimento. Rio de Janeiro: Cobogó, 2017.

DELEUZE, Gilles. Sobre o teatro: um manifesto de menos; O esgotado. Trad. Fátima Saadi, Ovídio de Abreu e Roberto Machado. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2010.

DELEUZE, Gilles; GUATTARI, Félix. Kafka: por uma literatura menor. Trad. Cíntia Vieira da Silva. Belo Horizonte: Autêntica, 2014.

MOMBAÇA, Jota. A plantação cognitiva. In: MESQUITA, André; LEWIS Mark (orgs.). Arte e descolonização – Masp AfterAll, p. 1-12. São Paulo: Masp/Afterall Research Center, 2020.

VASCONCELLOS, Jorge. A lança e o arco, ou por um devir-quilombista da arte. Revista Farol, Vitória, v. 17, n. 24, p. 39-44, 2021.

Artistas
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Charles Lessa

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Artista visual. Vive e trabalha em Crato/CE. O fazer artístico é o lugar onde brinca e cria ficções com a pintura figurativa, fabulando personagens, segundo ele, “convulsivamente belas e debochadas”. Investiga a estética da arte popular em diálogo com a arte contemporânea, na invenção de narrativas, reivindicando uma nova infância na fase adulta. Há também um forte apelo gráfico nas imagens de Charles – na disposição dos elementos e no uso da cor – além de uma camada erótica muitas vezes insólita e bem humorada. 

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Digestivo

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Artista visual e produtora musical, radicada em Ananindeua-PA. Mestranda em Artes na Universidade do Federal do Pará e Licenciada em Artes Visuais pela Universidade da Amazônia, atua como artista independente e se autodenomina DIGESTIVO. Seu trabalho artístico transita pelas mais distintas linguagens, cujas temáticas mais evidentes são: corpo; música; visual; experimentação; política; sexualidade e arte. Suas produções são consequência da curiosidade e da busca por um refúgio da sua realidade, onde busca refletir suas concepções nortistas e vivências pessoais. 

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Felipe Lacerda

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ARTISTAS

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Cibele Nogueira

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Artista sergipana, radicada no Rio de Janeiro. Pesquisa a transformação da paisagem e usa a fotografia e o vídeo como suportes de base. Em 2020 fez parte do programa de residência na Casa da Escada Colorida (RJ), participou de duas coletivas: O que o tempo faz com quem te habita? e Pendular com curadoria de Bia Petrus e Bernardo Bazani. Em 2022 abriu sua primeira individual, “corpo-pedra-corpo-terra” com curadoria de Shannon Botelho, no Memorial Municipal Getúlio Vargas.  

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Elton Panamby

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Panamby é artista, desensinadore, mãe/mamão, transafropindorâmico. Dedica-se à pesquisa e criação poética a partir de limites psicofísicos, práticas corporais, sonoras, escriturísticas, matéricas e oníricas em experiências rituais, aparições, vultos e visagens. Foi contemplade pelo Prêmio Amina Paula Barros de Artes Visuais (2020/MA) e 8ª Prêmio Tomie Ohtake de Artes (2022/SP). Em 2022 participou da residência artística Lab Sonora (Lab Verde/AM). Doutore em Artes pela UERJ (2017). CyberOgan na Plataforma Lança Cabocla. 

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Artista visual, produtor e curador. Licenciado em Artes Visuais pela Universidade Federal do Espírito Santo (DAV/UFES). Pós-Graduando em Direitos Humanos, Gênero e Sexualidade pela Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca da Fundação Oswaldo Cruz (DIHS/ENSP/FIOCRUZ). Atua em projetos socioculturais e de promoção da cidadania LGBTI+ desde 2019. Engatilha pesquisas que tomam a palavra como atos para investigar os movimentos de coletividade e construção social. 

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Gabriela Daldegan

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Estudante, artista experimental da vida, transeunte de alguns mundos. Gabriela tem buscado encaixar sua arte (e a si mesma) onde cabe e precisa caber. Acredita numa forma de arte que transmita conteúdo público e acessível a todes. Se inspiro nas transformações geradas pelas artes públicas e procura aplicá-las ao âmbito audiovisual, agregando poética à comunicação. 

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Hilda de Paulo

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Artista e curadora, travesti terceiro-mundista defensora do transfeminismo como metodologia decolonial e autora do projeto Arquivo Gis, membra fundadora da Cia. Excessos e da eRevista Performatus, e organizadora e diretora da Mostra Performatus. Fez especialização em Artes Plásticas com percurso em Escultura e em Práticas Artísticas Contemporâneas, ambas na Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto em Portugal, e, na Faculdade de Letras dessa mesma universidade, licenciou-se em História da Arte. Tem integrado exposições coletivas nacionais e internacionais, e algumas de suas obras integram permanentemente o acervo de algumas instituições, como o da Coleção Municipal de Arte da cidade do Porto (Portugal), o do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (Rio de Janeiro-RJ, Brasil), o do Museu de Arte Contemporânea de Niterói (Niterói-RJ, Brasil) e o da Fundação Memorial da América Latina (São Paulo-SP, Brasil). 

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Keila Sankofa

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Artista visual e Cineasta. Compreende a rua como espaço de diálogo com a cidade, produzindo instalações audiovisuais que exibem filmes, fotos e videoartes. Artista que utiliza a fotografia e o audiovisual como ferramenta para  propor autoestima e questionar apagamentos de pessoas negras; atualmente, utiliza seu corpo como protagonista na construção de suas obras. Reconhece o espaço urbano como encruzilhada de possibilidades, que proporciona um diálogo decolonial com o público. Indicada ao Prêmio Pipa 2021. Tem uma vasta experiência na direção de produção de projetos audiovisuais como séries e curtas, além de produção de mostras, festivais e espetáculos de diversas linguagens artísticas. Gestora do Grupo Picolé da Massa, Diretora artística do Projeto Direito à Memória - Outras Narrativas, membra da APAN Associação dxs Profissionais do Audiovisual Negro e Nacional Trovoa.  

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Naine Terena

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Naine Terena vive em Cuiabá (MT), no centro-oeste brasileiro, e trafega por várias áreas do saber e da produção cultural: além de artista visual, atua como pesquisadora e professora. Como curadora assinou, entre outros trabalhos, a exposição Véxoa: Nós sabemos (outubro de 2020/abril de 2021), sediada na Pinacoteca de São Paulo e com obras de 23 artistas e coletivos indígenas. É mestre em artes pela Universidade de Brasília, doutora em educação pela PUC-São Paulo e pós-doutora pela Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT). É uma das organizadoras do livro Povos indígenas no Brasil: Perspectivas no fortalecimento de lutas e combate ao preconceito por meio do audiovisual, publicado em 2018. Em 2019 foi uma das cinco finalistas do Jane Lombard Prize for Art and Social Justice, oferecido pelo Vera List Center for Art and Politics, de Nova York (EUA). No momento desenvolve um aplicativo para ensino da língua Terena em escolas indígenas do Mato Grosso. 

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Potira Maia

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Pesquisadora e artista visual formada pela Universidade Federal da Paraíba, Mestra em Pintura pela Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa, Pedagoga com especialização em Educação, Cultura e Memória e Educação Especial. Sua produção artística abre-se para alteridade e faz ver aspectos conflituosos das relações e estruturas sociais estabelecidas. Utiliza diversos suportes, dentre os quais a pintura, a fotografia, a instalação e a videoarte. Suas individuais ocorreram na Cisterna da FBAUL em Lisboa (2022), SESC-PB (2016), Aliança Francesa de João Pessoa (2015) e Galeria Archidy Picado (2012). Ganhou o prêmio de melhor videoarte no 16º Comunicurtas (UEPB, Campina Grande, 2021) e o Concurso de fotografia El paisaje a través de mi ventana (Instituto del Paisaje, Córdoba, 2020). Possui obras nos acervos do SESC nacional e Paraíba, Fundação Espaço Cultural – PB e Fundação Cultural de João Pessoa.

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Rodrigo Sena

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Cineasta. Atuou como técnico em laboratório fotográfico (1996 a 2003), como fotógrafo em estúdios e se dedicou por sete anos ao fotojornalismo no jornal impresso Tribuna do Norte. Nesse período foi correspondente de revistas nacionais, fez peças publicitárias, trabalhou na Prefeitura do Natal, participou de cursos e se aprofundou em estudos e ensaios envolvendo cultura popular, folclore, religiosidade e costumes de comunidades afrodescendentes no Nordeste. Participou de diversas exposições, salão de artes visuais, mostras e projetos.

Gabriel Bicho

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Artista visual, curador e graduando em museologia pela UFSC. Vive e trabalha entre Florianópolis/SC e Porto Velho-RO. Possui obras em acervos do MAR - Museu de Arte do Rio, MNBA - Museu Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro e do MAPA - Museu de Artes Plásticas de Anápolis. Foi curador da convocatória foto única no festival photofluxo edição 2021 e atualmente coordenador do projeto muluca | mundo-lugar-casa, contemplado pelo pmém - prêmio museu é mundo e exibido na sp-arte edição rotas brasileiras em 2022. 

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Henrique Arruda

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Indicado ao Grande Prêmio do Cinema Brasileiro 2021, da Academia Brasileira de Cinema, na categoria curta-metragem por "Os Últimos Românticos do Mundo", Henrique Arruda é natural de Recife, Pernambuco, e trabalha com cinema nas áreas de Roteiro, Direção, e Direção de Arte. Possui 4 curtas-metragens autorais realizados, que juntos somam mais de 60 prêmios, e exibições em mais de 100 janelas ao redor do mundo. 

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Jonathas de Andrade

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Jonathas de Andrade nasceu em Maceió em 1982, vive e trabalha em Recife, Brasil. Ele desenvolve vídeos, fotografias e instalações a partir da produção de imagens, utilizando-se de estratégias que misturam ficção, realidade, tradição e negociação. Entre as exposições individuais em que o artista participou, estão: Oeil—Flamme, no Crac Alsace, França (2022); Staging Resistance, no Foam, Amsterdam (2022); One to one, no Museum of Contemporary Art Chicago (2019), bem como no New Museum, Nova York (2017); The Power Plant, Toronto (2017); Museu de Arte do Rio (2014-2015); Entre exposições coletivas, seus trabalhos integraram a 16ª Bienal de Istambul (2019); MAXXI: National Museum of XXI Century Arts, Rome (2018); 32a Bienal de São Paulo (2016); The Museum of Modern Art MoMA (2015); e Guggenheim Museum, New York (2014). Jonathas de Andrade apresenta projeto individual para o Pavilhão do Brasil na 59ª Bienal de Veneza (2022).  

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Luiz Outro

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Psicólogo com formação pela UESPI (2015), atuando na escuta clínica de jovens e adultos, através dos conceitos da Esquizoanálise. Desde 2015, é diretor artístico da Plataforma KLINICA, uma rede de criação com arte contemporânea, produzindo oficinas, cursos livres e ações culturais em diferentes linguagens e contextos sociais. Desde 2020, é artista residente na GALADURA Produções, uma incubadora de projetos culturais localizada na periferia da zona norte de Teresina, o Residencial Jacinta Andrade. Atualmente, cursa o Programa de Pós-Graduação Mestrado em Psicologia pela UFDPar (2021-2022), desenvolvendo estudos transdisciplinares no campo das artes do corpo, da performance e da saúde mental.

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Padmateo

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Artista multimídia e, atualmente, bacharelanda em Artes Plásticas pela UFBA. Vive e trabalha entre Jequié/BA e Salvador/BA. Dentre suas pesquisas estão as abordagens da intervenção urbana/land art, práticas invisíveis e suas manifestações, o gênero e as próprias relações do sistema e mercado da imagem/arte. Seus trabalhos mais recentes foram “Acerto de contas”, uma galeria fluvial ao longo do Rio de Contas, na cidade de Jequié/BA, produzido através do Prêmio das Artes Jorge Portugal; e o vídeo-arte “De como me tornei invisível pra caber em meu espírito”, com o apoio financeiro da Fundação Gregório de Mattos.

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Rafael Pinto

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Rafael Pinto - Pérola é artista visual, produtor cultural e professor de arte na educação básica. Desenvolve exposições, projetos artísticos e educativos, e publicações vinculadas a instituições
culturais públicas e privadas. Tem interesse nas seguintes áreas de investigação: artes visuais,audiovisual, arte e tecnologias, corpo, infâncias, sexualidade, identidade de gênero,
educação em ambientes não formais, arte educação e seus desdobramentos, tais como: contracolonialidade, decolonialidade, interculturalidade, diversidade cultural, cultura e relações étnico-raciais. 

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Waleff Dias

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Psicólogo, artista visual e documentarista interessado no diálogo com ancestralidade afrodescendente. Atravessa o dilema incontornável de ser homem negro e articular outras relações com a masculinidade persecutória. Graduado em Psicologia pela Faculdade Estácio de Macapá, Mestre em Artes Visuais na Universidade de Brasília. Doutorando em Psicologia pela Universidade Federal Fluminense. No campo da Arte, por meio das aparições - em suas diversas manifestações - dedica-se a estudar e a elaborar procedimentos perecíveis. Integra o grupo de pesquisa Coletivo Tensoativo em Macapá, com ênfase nas temáticas: gênero, relações sociais, corpo e cidade. Produz, organiza e colabora com os projetos: Festival Corpus Urbis, Madrugada de Performance e Performance no Pátio – Escola Ampliada.

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Obras

OBRAS

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 CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA: 18 ANOS  

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 Charles Lessa  

No olho do monstro (2021)
13'35"

"No olho do monstro" é uma exposição virtual intimista, expondo a casa, o ateliê, a cozinha e o quarto do artista Charles Lessa. 

 Cibele Nogueira  

Sonhei que tudo queimava (2021)
01'00"

Certa manhã acordei de sonhos intranquilos, mas os sonhos continuaram. Nos ossos, senti a faísca para o impossível. O ritual evocando os mortos, banidos de suas terras, a floresta queimando e o intolerável anunciando a distopia. Todo dia o fim se aproximando e a certeza cada vez mais latente de que é na sombra que se vislumbra a luz para um novo começo.

 Digestivo  

Assim como trapos (2020)
02'42"

"Assim como trapos" é uma visualidade sonora - sombria e desconcertante - que tanto retrata vivências marginalizadas pelo delírio da norma e pelo fardo dos estigmas, quanto expõe estratégias de persistência de corpos considerado anômalos em busca da sobrevivência e luta por um lugar sem violência.

 Elton Panamby  

Sonhoridades Para Desadormecer Serpentes (2021)
19'06"

Evocando imagens do escuro num mergulho em águas densas, a aparição “Sonhoridades Para Desadormecer Serpentes” provoca a vista para escutar vozes subterrâneas. Gravidade de frequências, escurescência dos sonhos-sons-imagens, o infra e ultra sônico para uma alvorada que nasce do profundo da terra, por debaixo das pedras, de onde brotam liquidezes e raízes se derramam. Para que se erga a grande serpente que reorientará a ordem do universo. 

 Felipe Lacerda  

As serpentes que rompem o mundo entorpecido (2020) 08'06"

As narrativas que compõem a trilogia das serpentes, se constroem nos movimentos sorrateiros da velocidade das cobras. Sendo constituídas em três partes que nascem de meus sonhos em cobra - com suas linguagens e as formas - os vídeos comunicam como nos transformamos ao longo de nossas vidas. Ao escrever os textos que compõem os vídeos, crio uma relação dos meus escritos com as funcionalidades vitais das cobras. O que me interessa nesse momento, são as metáforas criadas para com as nossas vidas sexo dissidentes impossíveis. Com os movimentos articulados através das palavras, elaboro rotas que desafiam as nossas particularidades tornando-nos múltiplas de uma experiência que se movimenta na coletividade.

 Gabriel Bicho  

Elevada condição do iletrismo brasileiro (2018) 07'04"

In san-tan-der cultural, apropriação de áudio-ação e comentários-posts facistas em redes sociais pós fechamento da exposição de arte queermuseu, poa-rs-br. 

 Gabriela Daldegan  

Espírito que caminha (2020) 19'51"

No interior da Reserva Extrativista do Alto Juruá, vive o Povo Kuntanawa, remanescente das perseguições aos povos indígenas na chamada época das correrias. A retomada de sua quase extinta cultura se apresenta com o pano de fundo onírico e seus significados. O espírito que caminha através dos sonhos da floresta e traz consigo o saber ancestral por muitos anos desaparecido. 

 Henrique Arruda  

Verde Limão (2018) 17'45"

Prestes a entrar no palco pela última vez uma Drag Queen revisita todas as cicatrizes que formam o seu carnaval.

Filhos da noite (2022)
15'46"

Oito homens gays entre 50 e 70 anos compartilham suas memórias, vivências, e imagens noturnas, questionando-se sobre qual lugar seus corpos ocupam agora.

 Hilda de Paulo  

O que vem depois da esperança (2022)
104'34"

Em busca de visibilidade, empoderamento, sentimento de pertença e representatividade TRANS* em Portugal, a palestra-performance-oficina “O Que Vem Depois da Esperança?” reflete criticamente sobre como as corpas das pessoas fora da norma imposta de sexo-gênero-desejo foram construídas e representadas midiaticamente através dos tempos no imaginário de Portugal. As histórias que serviram de inspiração para a elaboração desta criação, além das próprias histórias de cada integrante da equipe (considerando as identificações e estranhamentos) são múltiplas e fazem parte do Arquivo Gis, o qual foi organizado e tem sido permanentemente atualizado por Hilda de Paulo, com intuito de conhecer e, principalmente, de trazer à luz as representações das pessoas TRANS* de Portugal. Esse levantamento de informações busca honrar a obstinação das pessoas que sempre foram injustamente estigmatizadas na nossa cultura tão cisheterocentrada e, também, propõe resgatar as suas transcestralidades num movimento oposto ao da História sempre escrita com H maiúsculo. A partir de uma reconhecida minusculinidade perante ao sistema hegemônico, entre rebarbas e migalhas de sobrevivência atiradas a esmo para as pessoas TRANS* nas últimas décadas, Hilda de Paulo reuniu artigos jornalísticos, entrevistas de televisão, documentos históricos, livros biográficos e autobiográficos num arquivo chamado Gis, que faz femenagem a travesti brasileira Gisberta Salce.

 Jonathas de Andrade  

Jogos dirigidos (2019)  55'56"

O filme "Jogos Dirigidos" traz uma experiência de linguagem. Na comunidade de Várzea Queimada, povoado no Sertão do Piauí com cerca de 900 habitantes e um alto índice de surdos-mudos em sua população, o acesso à água e aos investimentos públicos é escasso, assim como a aprendizagem da Libras oficial. Ante todas essas dificuldades, a comunidade de surdos-mudos de Várzea Queimada criou a sua própria linguagem. O filme traz exercícios de corpo e de fala, improvisando palcos ao ar livre para depoimentos espontâneos de um grupo de 18 personagens, homens e mulheres do local. Os depoimentos, em sua maioria não traduzidos, são revisados fala a fala, ligando os gestos às palavras, sistematizando o léxico gestual de Várzea Queimada como se estivéssemos diante de um vídeo educativo que ensina uma nova língua, além do seu universo e questões próprias. 

 Keila Sankofa  

A cara do cão (2016) 
05'33"

SSA Mapping que aconteceu na Praça Municipal - Salvador (BA) 2017 / EXPOCUIR - Corpos Transcendentes 2018 (AM). 

 Luiz Outro  

Sangue no olho (2022) 
18'48"

A ira de um passado que se revolta enquanto carne. O brilho que reivindica a vida na morte do olhar. "Sangue no olho“ é um curta-metragem que tece narrativas poéticas de resistência, acompanhando vivências do psicólogo e performer Luiz Outro (PI), entre os anos de 2012 a 2021. Experimenta uma linguagem audiovisual que “bricola” sensorialidades, cadernos de anotações e gestos; numa tentativa de reescrever a dramaturgia como um manifesto do luto e do devir. O curta teve seu pré-lançamento na cerimônia de abertura do II Congresso de Psicologia Brasileira, realizada no dia 04 de novembro de 2021.

 Naine Terena  

Levanta e Luta! (2021) 
09'48"

É um roteiro produzido por Naine Terena sobre a luta contra a PEC 215, na perspectiva da atuação dos encantados. As imagens foram cedidas por pessoas que estiveram entre 15 e 17 de dezembro de 2014 em Brasília (inclusive a própria Naine), trazendo assim pontos de vistas sobre os fatos. Neste vídeo Naine é personagem ao mesmo tempo em que conduz o espectador à narrativa. A edição do vídeo foi possível através do prêmio Mestre das Culturas – Marília Beatriz – Lei Aldir Blanc, da Secretaria de Estado de Cultura, esporte e lazer de Mato Grosso, onde Naine foi agraciada enquanto mestre, pelo projeto “Da máquina de roubar almas, à máquina de registrar memórias”, uma longa trajetória de ativismo para democratização das mídias, produção de contra informação. e registro de memórias. Fevereiro de 2021.

 Padmateo  

De quando me tornei invisível pra caber em meu espírito (2021) 
26'43"

Numa dimensão Pós-Humana, as Imagens travam uma guerra contra elas mesmas, uma criatura precisa tornar-se invisível para sobreviver. Um video-tese experimental a partir de pesquisas e métodos do invisível no campo da performance art, relacionadas diretamente ao gênero trans não-binário. Uma experimentação íntima sobre processos desidentitários, sumiço e testemunha. 

 Potira Maia  

Pagar para respirar (2021) 
02'00"

Pagar para respirar surgiu de uma escuta aos intensos e conflituosos ruídos da vida urbana lisboeta no auge do período de confinamento da pandemia de Covid-19, em 2020. Esta videoarte apresenta um atrito em torno do uso de um cachimbo. O diálogo, captado através da janela, funde-se arritmicamente com imagens do mesmo perímetro urbano, nos seus instantes de silêncio e vazio, quando se pode ouvir melros e corujas. É um convite para pensarmos a substancialidade do respirar em um tempo em que muitas pessoas perdem a vida por sufocamento, seja devido à falta de acesso a instrumentos médicos seja devido à brutalidade de um sistema que mata as minorias não hegemônicas. 

 Rafael Pinto  

Contágio (2022)
02'34"

Durante a pandemia de COVID-19, no período mais crítico de isolamento, em 2020, um dos
primeiros itens que desapareceram das prateleiras dos supermercados foi o papel higiênico que embora não prevenisse que pessoas fossem infectadas, tornou-se um instrumento para manter-se limpo. Dessa maneira, o produto universal de higiene anal virou um símbolo de segurança. Nesse cenário surge Contágio, uma fanfic alimentada, escrita e ilustrada a partir das vivências em tempos de pandemia para pensar sobre o controle social da iguaria mais mal falada do corpo humano. De maneira semiótica e com base na discussão sobre o controle social do corpo de Deleuze, Contágio pretende instaurar debates sobre corpo, direito à saúde, identidade de gênero, religião, geracionalidade, fake news e relações, normas e performances sociais perpassadas pelo cu.

 Rodrigo Sena  

Antes do livro didático, o Cocar (2022) 
26'34"

Estudar durante a pandemia é um desafio enfrentado por crianças e jovens em todo o planeta. Para populações desassistidas, que vivem nas periferias ou em condições de vulnerabilidade, as dificuldades são ainda maiores. Únicas escolas direcionadas aos povos originários no estado do RN mostram seu dilema.​

A tradicional família brasileira Katu (2019) 
25'01"

Em 2007 é produzido um ensaio fotográfico em reconhecimento aos povos originários Potiguaras, retratando doze adolescentes pertencentes ao Eleutério do Katu, RN. Doze anos depois o fotógrafo volta ao Katu em busca desses protagonistas, hoje já adultos, para saber sobre suas trajetórias pessoais e suas visões de mundo.

 Waleff Dias  

Lembrar que a dor não é o único jeito de existir (2022) 
16'21"

Baseado no dialogo com a figura paterna, o filme é um lembrete a homens negros do encontro do hoje no amanhã sobre a ausência que surgiu ontem. 

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